5 meses após o massacre, o missionário Francisco Correia volta a região, sobe até a Pedra Bonita acompanhado de um grande número de pessoas, enterra os restos mortais ali espalhados e prega aos que lá estavam, fazendo de próprio punho um desenho com o que presenciou e ouviu contar.
Desenho da Pedra Encantada, e do mais que vi, indaguei, e fui testemunha ocular nos dias 19 e 20 de outubro de 1838
Nº 1- Formatura das duas pedras com a frente para o nascente sobre a serra do Catolé, que está em nove graus meridionais desta para o Piancó, para o Jardim e para o Pajeu.
Nº 2- João Pilé tendo nos braços uma menina para subir ao céu em corpo e alma por ordem do Rei Santidade João Ferreira; e, dando um salto, veio do rochedo abaixo; morre a menina, e ele ficou maltratado. Gritavam as mulheres — viva! viva! quem dera que fosse eu.
Nº 3- Os cadáveres de quatorze cachorros que deviam ressuscitar como feras para acabar os que não davam crédito.
Nº 4- Vinte e oito cadáveres de meninos de um ano a oito arrumados como se vê.
Nº 5- A pedra onde se fazia o sacrifício da matança.
Nº 6-Dez cadáveres de mulheres e dois dos filhinhos que duas tinham no ventre.
Nº 7- A sepultura em que enterrei esses cadáveres.
Nº 8- O cadáver do rei João Ferreira morto pelo filho de Gonçalo José, que lhe tomou a coroa e ficou sendo D. Pedro I.
Nº 9- A figura do Rei Santidade em fralda de camisa e uma coroa de cipó na cabeça.
Nº 10- O algoz que dava a primeira pancada sobre a cabeça da vítima, e o rei dois talhos, depois degolava.
Nº 11- Dez cadáveres dos que morreram, entre estes se achavam os cadáveres das duas rainhas D. Joana, senhora do rei, com a qual se casou, e D. Joaquina, filha desse Gonçalo José, com a qual se casou sua Santidade no mesmo dia.
Nº 12- Dez cadáveres de dez homens que foram sacrificados de sua boa e livre vontade.
Nº 13- Uma mulher de joelhos esperando a morte com a pancada e as duas cutiladas.
Nº 14- Uma mulher entregando a filhinha ao sacrifício